
“Temos que nos assegurar que (os seminaristas) são equilibrados em todos os planos, sobretudo no plano afetivo.
É a conclusão que devemos tirar (de todos os casos de pedofilia), e considero isso positivo”, afirmou a máxima autoridade do clero belga, o arcebispo André Joseph Léonard, em uma entrevista concedida na noite de segunda-feira à televisão flamenga VTM.
Segundo o religioso, a ideia é que uma equipe de psicólogos estude o perfil, formação acadêmica e desenvolvimento pessoal dos candidatos a sacerdote, que depois serão submetidos a uma avaliação psicológica.
Durante a preparação para o sacerdócio, os seminaristas terão acompanhamento psicológico e deverão seguir um código de conduta que está sendo elaborado pelo Episcopado belga.
“A Igreja deve proteger melhor as crianças”, justificou Léonard em entrevistas a jornais locais.
Denúncia
O anúncio acontece dias depois que um grupo de 70 supostas vítimas de abusos sexuais cometidos por padres belgas apresentar uma denúncia coletiva contra a igreja católica do país em um tribunal de Gand, ao oeste de Bruxelas.
A denúncia inclui também o Vaticano, acusado de ter permitido e, em alguns casos, encoberto as ações dos padres belgas durante anos.
A polêmica sobre a pedofilia religiosa na Bélgica atingiu seu auge em abril de 2010, quando o bispo da cidade de Bruges, Roger Vangheluwe, renunciou depois de admitir ter abusado sexualmente de um conhecido durante mais de oito anos.
Em junho o Episcopado belga reconheceu sua “responsabilidade moral” e se comprometeu a indenizar as vítimas dos padres pedófilos e a melhorar o processo de seleção de futuros padres.
Já Vangheluwe foi proibido de se pronunciar em público pelo resto de sua vida, segundo Léonard.
Fonte: BBC BRASIL
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